A confissão de Deus

A confissão de Deus
 
Todos me louvam
Ou me culpam…
Para uns sou tudo,
Para outros nada…
Uns acreditam em mim,
Outros desprezam-me…
Uns amam-me,
Outros têm medo de mim…
Uns fazem de mim superior,
Talvez…
Mesmo eu me pergunto
Porquê? Quando? Onde? Será?
A verdade é que eles eram felizes,
Brigavam, claro!
Muitas vezes diziam e faziam coisas que não queriam,
Mas a maior parte do tempo eram felizes.
Uma família…
Que eu destrui sem saber porque e como,
Mas fi-lo…
Deixei cair uma bomba nas suas vidas,
Acabei-lhes com os sorrisos,
Acabei-lhes com a vontade de viver,
Consegui mesmo acabar-lhes com a esperança.
Mas o ser humano ainda me surpreende,
Tenha eu ou não criado.
É fascinante como eles aos poucos se ergueram,
Lutaram, sofreram claro,
Mas aos poucos voltaram-se a ouvir os risos,
As gargalhas à mesa,
Voltou haver harmonia…
Uma família que unida
Todos os dias foi contra a sua vontade
E acordaram dispostos a viver mais um dia!
Isto arrasa-me,  
Porque sinceramente não sei porque os fiz passar por esta nuvem negra e tenebrosa,
Mas é incrível a força com que eles me contrariaram.
E hoje,
Hoje se ainda é possível
Amam-se mais…
Vivem mais…
E isto sim,
Faz sentido!